quarta-feira, 3 de novembro de 2010

da série poetadas

Ela 


Mulher, quem vai te descobrir
Quem é aquele que vai vencer os obstáculos 
E ascender como herói 
Teus portões sagrados?
Mulher, quem vai adentrar pelos salões dourados 
Contemplar seus baixo-relevos secretos e desvendar seus enigmas?
A alma feminina, universo insondável de emoção e sentidos
Cidade forte cheia de insinuosas vielas obscuras;
Cada canto esconde um encanto 
Um olhar e mil segredos
Próprios daquela que ao se abrir e se entregar 
Não permite ao vencedor a certeza da vitória
A mim como homem que sou perdido em minha obviedade 
Cabe apenas a fé na existência
Assim prossigo em insistente devoção 
Sou devoto dos olhares
Do balanço, dos sorrisos 
Da voz melodiosa que suave e quente me envolve
Sou escravo da maciez de tua pele
Da doçura de seu toque
Que por diversos já foi cantado 
Nestes pretenciosos arranjos eu repito explicitamente 
Um canto de louvor a beleza em forma pura
Ao divino na humanidade que guarda e alimenta 
Perpetua nossa presença
Dando sentido a permanência