domingo, 24 de janeiro de 2010

As Duas Damas

Há uma dama especial que passeia na escuridão da noite, ou no fulgoroso dia. Entre luzes e sombras melancólicas sua indiferença assusta incautos. As vezes ela faz seu trabalho sozinha outras vezes as Walkírias cavalgam ao seu lado, com seu trote valente buscando a companhia dos bravos. Essa dama não conhece a tristeza ou felicidade. Simplesmente trabalha com precisão. Não há maldade em sua lida, também não há justiça, apenas desfecho igualando grandes e pequenos. Seus amantes são desdenhados, como toda mulher ela quer os que não a querem. Mas tem a vantagem de ser paciente, de saber que ninguém lhe escapa. Certo dia vi sua face bela, pálida e fria. Sedutora e atraente me tomou em seus braços, beijou meus lábios. Resisti a sua beleza. Me guardava pra outra dama, mais linda, mais doce. Mesmo assim ela brincou comigo. e deu de beber seu vinho amargo. Ela me deitou em sua ante sala, acariciou meu corpo e por fim, como a maioria das mulheres, me desprezou. Mesmo assim trago as marcas daquele encontro. Confesso que já senti saudades dela, mas prefiro sua irmã. Uma mulher imprevisível, cheia de surpresas que exige coragem de quem a acompanha. A irmã vivaz é inquisitiva, não te deixa ao largo, passa por você e te convida, mas não te espera. Quem é sábio a acompanha sem fazer perguntas, simplesmente vai no seu tempo, no seu caminho e aproveita das delicias e agruras que ela oferece aos seus fiéis. Enquanto que vestida de preto pacientemente sua irmã espera seu momento.

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