sábado, 21 de novembro de 2009

Ad Marx

O texto abaixo deveria estar num outro espaço dedicado a reflexão histórica. Porém, minha amiga preguiça ainda não me permitiu criar tal espaço sendo assim seguem algumas poucas considerações sobre marxismo.




Os marxistas e os populares





Eu digo não ao marxismo. Mas, não é uma negativa categórica de um liberal rancoroso. Digo não a tentação de aderir a uma teoria totalizante. Os marxistas tendem a explicar tudo e qualquer coisa pela linha da eterna luta de classes. Algumas vezes travestida de combates entre a burguesia e aristocracia, outras entre servos e livres.  Mas, apesar de explicar uma boa parte da historia humana, fica devendo em várias outras perspectivas.
Entretanto, meu problema com o marxismo parte da prepotência de seus intelectuais em negar às classes populares sua pequena autonomia.  Sua capacidade de fazer escolhas, ainda que diante de poucas opções.  Para eles as escolhas dos populares são na verdade escolhas alheias aos seus interesses. Como se os pobres, os iletrados, os excluídos fossem apenas vítimas indefesas de um sistema opressor alienante.  Tudo bem que há realmente esse sistema, mesmo assim nem tudo é tão simples assim. 
Sempre que pode o povo faz suas escolhas mesmo que não haja outras opções.  Essas escolhas não são movidas por uma alienação generalizada.  Alias, essas escolhas ainda que inconscientes são, na maioria das vezes, o menor mau possível.  Entre morrer e ser escravizado, aquele não almeja a bela morte prefere viver. Entre um rico que fala difícil e um pai dos pobres, o povo escolhe quem ele entende. Quem reflete suas verdades, seu modo de agir, de pensar.  Lembro de um episodio da época do queremismo narrado numa aula de história do Brasil.  O professor contava que diante de uma platéia de pobres e despossuídos alguns liberais faziam um discurso inflamado anti-Getúlio Vargas.  Eles discursavam falando da pobreza de espírito do getulhistas, sujos mal vestidos, com pouca instrução. Os getulhistas ouviam calados esperando o momento de agir.  Ao final do discurso eles destruíram o palanque ao som de suas palavras de ordem queremos Getulio.  O que explica esse fascínio por um personagem tão dúbio? Nada nessa história é simples. Entretanto, observar que mudanças de caráter estrutural e simbólicos atingiram realmente as camadas mais pobres da população.  Igualmente hoje as viúvas do PT e a famigerada classe média não entendem o fenômeno Lula.  

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