terça-feira, 17 de novembro de 2009

Ingenuidade irritante

Tem um tipo de ingenuidade que me irrita.  Aquele tipo que abre mão do raciocínio pra chorar  leite derramado. Aquela ingenuidade que teima em espantar-se diante do óbvio.  Um exemplo claro disso são as viúvas do PT. Como eu não gosto das viúvas do PT. Elas nem são viúvas de verdade, seu amante calhorda está vivo e fazendo a alegria de outras moças e moços menos pudicos.  Platão já dizia que a política não era coisa que prestasse. Mas o rei filósofo também sofria dessa ingenuidade. Tanto que desprezava o real, desconfiando de seus próprios olhos e buscava no etéreo uma solução perfeita.  A triste verdade é que tudo carrega em si a semente de sua própria corrupção.  O velho está escondido no novo, enquanto a doença espreita o corpo são. 
E o que isso tem a ver com o PT? Simples, as viúvas da legenda sonharam um país diferente. Queriam importar a Suécia junto com o socialismo tupiniquim. Conversa fiada. Não dá pra fazer outra Suécia, não dá pra fazer outro Brasil. Somos assim, estruturas arcaicas caiadas com viés tecnológico que sonham não mais com a volta do irmão do Henfil, mas com novidades de Miami.  Não queremos abrir mão de nosso sangue, nossa comodidade, nossas compras a prestação e nosso escândalo semanal que não escandaliza ninguém.
As viúvas falam da corja de políticos, mas não vão a reunião de condomínio, passam longe dos sindicatos, se isentam de educar. Elas não gostam de sujar as mãos com gente de verdade. Tudo o que elas queriam era pagar menos impostos e não precisar cumprimentar o vizinho no elevador.
Tenho raiva dessa viuvez idealizada, que não sabe bem o que defende. Fica num estado de sonolência embriagada esquecendo que os bêbados não possuem nada. Todo mundo fala mal da política, mas eu quero ver fazer política.  Quero ver não se viciar com o sabor dionisíaco do poder.  Os avanços são lentos desde de Platão, passando por Aristóteles, Tomás de Aquino e todos os demais.  Devagar os homens vão mudando suas historias, aproximando-se do poder e aos poucos vamos realizando o destino que desenhamos diariamente. Mas, pra isso é preciso sujar as mãos e limpar a lama que insiste em nos rodear.

Um comentário:

  1. Eu estava a muito tempo sem postar e volto logo falando de política. To perdido

    ResponderExcluir